quarta-feira, 23 de março de 2011

ROBSON BAUER - Publicado em 19 de Março de 2011




















Quantos tem a oportunidade de escrever a história do futebol de Mesa, sem dar ao menos um único rabisco ? Quantos podem reunir numa série como o GOTHE CROMO GOL um conjunto de notáveis botonistas, alguns repletos de títulos e outros simplesmente repletos de histórias ? Quantos Web-leitores de tantos blogs e sites podem acessá-los reunidos num único lugar ? O agronomo Robson Betemps Bauer, 34 anos e nascido em 27 de agosto de 1976 em Pelotas, jogador repleto de histórias e títulos, ao enviar a nossa redação seu texto e sua foto para a nossa série, escreveu ao final, " Abraço Gothe, obrigado pelo convite e privilégio de fazer parte deste rol de personalidades ". Aqui entre nós, Editor e internautas é que são gratos pelo Robson dividir um pouco do tanto que já viveu no esporte.  

Panelinhas

Minha paixão pelo esporte começou cedo, ainda morando em Pelotas. Como a maioria das crianças que começam jogar botão na vida, comprávamos aqueles times de panelinha (botões de plástico que vem com goleiro, trave e bolinha) e jogávamos as tardes inteiras nos estrelões, cheio de talco para que os botões deslizassem mais.  Os goleiros, fazíamos de caixa de fósforos com areia dentro. Por fora, recortávamos os escudos dos times da revista placar e aplicávamos juntamente com golas de camisa e patrocínio desenhados a caneta. Até competição de goleiro mais bonito existia.

Puxadores

À medida que fui crescendo, residindo em Santa Vitória, ainda nos estrelões, já tínhamos os bons e velhos puxadores (cada um de um pêlo), alguns comprados, outros trocados. Fazíamos mercado de atletas.

- “Ahhh, este aqui é bom, troco por no mínimo 3 botões”.

Cheguei a fazer botões, derretendo plástico e moldando nas tampas de fermento para bolo. Fazíamos campeonatos onde a premiação eram medalhas que um amigo “pegava emprestado” de seu pai.  Medalhas estas com inscrições no verso, das conquistas de basquete de seu pai. Mas isso não era problema, pois com etiquetas de preço, compradas em livraria, colocávamos o nome dos torneios que fazíamos.

Lembro que colocávamos a mesa no chão, na entrada da casa de outro grande amigo, Parraro (Marcelo Quadros). Cada vez que alguém chegava era aquela zona, levanta mesa, arredam os botões reservas, um vai “prum” lado, outro sobe na mesa...

Até que um dia aquele estrelão perdeu o encanto. Foi quando um de nossos amigos ganhou de seus pais uma mesa maior, feita de madeira e com goleiras de redinha.

- “Báááááhhhhhh... que loucura !!!!!

- Foi o máximo.
 
A fome de jogar era tanta que sem ao menos combinar com ele, ia para sua casa a fim de convidá-lo para jogar na sua própria mesa. E quando ele não estava, ficava esperando na porta até ele chegar. Para mim aquela mesa era um sonho, deixava de jogar bola para jogar botão.

           Certa vez, armamos um grande campeonato. Convidamos vários amigos para uma tarde de sábado. Fizemos a famosa vaquinha para comprar um troféu para o grande campeão.

 Jogo vai, jogo vem e o dono da casa foi para a final. Mãe e tia do dono da mesa vendo o jogo, mas ele acabou perdendo. Virou num berreiro só. Para acalmar o dono da mesa, sua mãe comprou outro troféu para dar a ele.

Imagina só isso. Para mim, aquele gesto foi uma desilusão em relação a merecimento. Ou tu merece ou não merece e pronto.

O encontro com o futebol de mesa da atualidade

Passado um tempo, já em 1990, a turma de amigos combinava de se encontrar na praça central da cidade para conversar, andar de skate, bicicleta, etc.. quando passaram  amigos de futebol de salão, Cristiano ( Gute ) e Saulo Orcina ( Bebé ), cada um com uma caixinha embaixo do braço. Perguntei do que se tratava. Disse-me que eram botões e que jogavam numa associação na esquina da praça. Combinamos de na próxima vez irmos juntos para ver como era. Tinha na cabeça aquela “grande” mesa em que fazíamos os torneios com a gurizada. Talvez seja a metade da mesa que jogamos hoje.

No tal dia marcado fui visitar a então ASFM ( Associação Santavitoriense de Futebol de Mesa ). Chegando lá foi como despertar leões adormecidos e famintos, só que este alimento era jogar botão novamente naquelas mesas sim, agora enormes de verdade !!!!!!!!!

Fiquei quase louco, que coisa linda, que mesas, lisas, bem cuidadas, verdadeiros tesouros ali armazenados!!!

Os botões deslizavam sem fazer muita força, botões sem nenhum arranhão em caixinhas sob medida, a bolinha tanto levantava quanto não sem que fosse necessário virá-la, os botões uniformes, que loucura !!!!!!!!!!

Fiquei impressionado e ao mesmo tempo mais apaixonado pelo esporte. Logo comecei a me informar sobre como era jogado, como faria para conseguir aqueles botões e principalmente, como poderia ir jogar na associação. Cheguei em casa e fui logo pedindo ao meu pai:

- “Pai, mãe, quero jogar botão, mas agora “profissional” ( mas ahhhh ).

Informei-me certinho onde comprar em Pelotas. Numa das viagens do pai a Pelotas, encomendou meu time num tradicional artesão. Passado mais uns dias, o pai finalmente chegou em casa com meus botões.

- Baahhhh........que time, que beleza de botões, todos iguais, a camada de cima, branco, a do meio vermelha e a de baixo branca!

- Que maravilha eram meus botões.

- A primeira noite quase não dormi com eles empilhados na cabeceira da cama, ainda dentro do saquinho plástico.

Comecei a jogar com aqueles brutalhões de quase 1 cm de altura. Mas eram perfeitos para mim. Não precisava mais nada, só jogar.

Com o passar do tempo, fui me interessando pelos tipos de botões dos outros associados. Foi então que a ASFM promoveu um torneio chamado Mergulhão. Existiam times para vender e acabei gostando de um mais baratinho. Pedi sugestões dos mais experientes da associação na época, Guido e Edison Rodrigues, sobre a qualidade. Lembro que me disseram, são bons, são melhores que os que tu tem hoje.

- Claro que eram melhores, acho que pensando bem, não existiam piores que os meus. Feito de forma artesanal, pouco aprimoramento.

- Não interessa, foi meu primeiro time.

Comecei a incomodar os mais antigos perguntando sobre tudo, pois para mim, tudo parecia mágico, porém obscuro. Eram vários jogadores, mas dois em especial, me davam uma atenção maior, Edison e Guido.

Primeiro Torneio fora de Santa Vitória

Logo em seguida, fomos a Pelotas num torneio intermunicipal, chamado Circulão (torneio de aniversário do COP).

- Que nervosismo, que adrenalina!

- Que mágico!

 Várias pessoas com seus uniformes, cada um representando sua associação, sua cidade, enfim, representando também seus amigos e colegas que haviam ficado em suas cidades.

- Pensa numa vara verde... era eu tremendo antes mesmo de começar a competição.

Guido e Edison me levaram neste torneio ainda em 1990, ano que havia começado a jogar. Com o início do torneio, fiquei mais tranqüilo e comecei a aproveitar mais a experiência.

Fui me arrastando pelas fases e chegamos todos a semifinal, juntamente com nada mais nada menos que Nilmar.

- Cara, quando descobri que já tinha um troféu garantido, aquilo virou um paraíso, não cabia dentro de mim de tanta felicidade. Em resumo, Guido e Edison fizeram a final onde Guido ganhou e nas penalidades fiquei na terceira posição.

- Ficamos com as três primeiras colocações, que fantástico!

- Chegamos em Santa Vitória nos sentindo, eu pelo menos,  Campeões  Mundiais !!!!!!!!!

- Que bárbaro!

A inseparável turma

                Com o passar dos treinos, aqueles amigos que haviam me apresentado o futmesa, iam desistindo e parando de jogar. Foi neste momento que começamos a formar um quarteto quase que irmão dá para se dizer. Robson, Morão (Moisés), Claiton e Cídio. Este último era o mais velho e o pior de todos nós, o mais bagunceiro.

- Saudades amigos !

Fazíamos torneios durante o ano. Entre nós mesmos. O treino começava sério, mas como o passar do tempo começavam as sacanagens. Volta e meia virava uma bagunça que não tinha cabimento (sempre quando não estava o Guido e o Edison na ASFM, pois o xixi comia frouxo!!! )

Resolvíamos para ter uma atenção maior e o treino valer a pena, comprar caixas de bombons e dividíamos para o primeiro, segundo e terceiro colocado.

- Era ruim ficar sem bombom que nem te conto !!!!!!

Aí o bicho pegava e os treinos ficavam proveitosos.

Nas férias, a maioria da turma migrava para as praias. Ficávamos com a chave da ASFM e, juntamente com o Morão, fazíamos 3 turnos de treino. Manhã, tarde e noite. Treinamos exaustivamente. Tudo que era coisa, chutes fáceis, chutes quase que impossíveis, passes, cavadas, etc. Esses treinos me deram a base que tenho até hoje.

Bem no começo, jogávamos e chutávamos de ficha, mas logo em seguida, migramos para apenas chutar de régua. O próximo passo, jogar e chutar de régua.

Foi o início de uma longa história que difundiu a régua por todo o RS e a ASFM iniciou uma fase de conquistas inimagináveis.

Viagens da turma

Todas tinham uma diversão.

Numa oportunidade, fomos a Rio Grande no fusca do Cídio. Levamos garrafas de plástico com água, potes com sanduíches, etc. Tava um calor de matar.

Na ida começou aquele lanche básico. Vai sanduíche para frente, água para trás...

Até que numa dessas, o Claitinho, pediu a água e ao passar, “sem querer“, apertei a garrafa e dei um banho nele.

- Pronto, começou a zona.

Ele abriu outra garrafa e despejou em mim, sobrou até pro Cídio que estava dirigindo.

Tudo isso dentro do carro. 

- Viajamos um bom pedaço da viagem, só de cueca com as roupas de jogo para fora para que secassem.

O Cídio é uma figura.

- Acham que ele ficou brabo??? Que nada, se finava de tanto rir.

Mas quando achamos que já tinha acontecido tudo vinha mais. Aquele calorão trouxe uma chuva em Rio Grande que inundou a maioria das ruas e o fusca tinha algumas... digamos... perfurações no assoalho, para não dizer crateras... 

Lá pelas tantas, tinha mais água dentro do fusca que na rua.

Desfilamos pela cidade baldeando a água do fusca.

              - Acham que já aconteceu tudo?

             No retorno a Santa Vitória, no domingo, bem no meio do caminho, logo passando a reserva do Taim, o velho e bom fusca “deu os doces” e estragou bem no paradouro Ipiranga. Naquela época celular era coisa pra rico. Mandamos um recado para Santa Vitória para um funcionário do Cídio vir nos buscar.

- Mas pensem, o que 4 crianças (porque o Cídio também era uma ) fazem para esperar?

- Acham que ficou tudo calmo?

O Claitinho e o Morão começaram a se dar tapas de brinquedo.

- Só que sabe né, começam numa força e vai aumentando.

O pai sempre dizia, brinquedo de mão dá rompimento de... bom deixa pra lá.

A coisa ficou tão violenta, mas tudo na brincadeira, que um carro chegou a parar na estrada para separar o que achava ser uma briga.

E o Cídio, o mais velho, pai de um casal de filhos na época ria que se matava e ainda dizia:

- “Quem toca na minha mão toca na cara do outro”, atiçando ainda mais.

            Noutra, fomos para Livramento, nesta também o Guido não estava.

           Como o fusca não tinha condições, o pai do Claitinho emprestou seu carro. Cídio pegou o carro, abasteceu e começou a buscar um por um. Eu como mais metido fiquei na frente. O último a ser recolhido foi o Claitinho.

Na saída sua mãe começou com as recomendações de não esquecer de tomar banho, de trocar a cueca etc..

- Pra quê, aquilo foi motivo de zoação até Livramento, e o Claitinho brabo com sua mãe e conosco, tapava os olhos do Cídio enquanto dirigia para incomodar.

Fomos para o hotel, num quarto com dois beliches. Estava saindo do banho, só de toalha e escutamos vozes de mulheres no corredor.

Pronto, a gurizada toda para a porta.

               - E o que acontece?

              - Me empurram para o corredor sem toalha e os  três segurando a porta para mim não entrar. 

- Beleza né, mulherada, eu peladão.... se fosse só isso.

Mas atrás, vinham os 3 maridos. Em resumo, dei um encontrão na porta que derrubei os três.

               Trancamos a porta a chave e pulamos para os beliches. 

Os caras começaram a chutar a porta, e gritar:

- Vou te pegar, seu isso, seu aquilo.

- Eu, o Morão e o Claitinho, assustados, tapamos a cabeça com cobertor e o Cídio, se contorcia de tanto rir. Depois de um tempo, cansaram e foram embora.

Nesta noite saímos para jantar numa lanchonete. 

Tava tudo numa boa, quando peguei o tubo de catchup.

O Claitinho para perturbar, pegou na parte de cima do catchup e disse que era dele, puxa pra cá, puxa pra lá, tive a “brilhante idéia” de mirar nele e apertar..... só que errei e ficou um risco de uns três palmos na parede. 

O Cídio chorava e se babava de tanto rir, e nós riamos do Cídio e da situação. 

Ao sair tivemos que pagar a limpeza da parede.

Não bastando isso, no almoço do outro dia, fomos em um restaurante perto desta lanchonete. Na saída, escondemos o boné do Claitinho. Ele ficou louco da vida. O Cídio esperava o sinal abrir bem na esquina da lanchonete da noite anterior (por total coincidência) quando o Claitinho descobriu que o boné estava comigo e começou a soquear todos dentro do carro.

Peguei o boné e atirei pela janela.

O Cídio que não gostava disso, só andou um pouco para frente e pronto, passou por cima do boné.

O Claitinho saiu pela janela, para pegá-lo. Neste instante o sinal abriu e o Cídio arrancou o carro.

Com isso, o Claitinho ficou a pé e começou a correr atrás do carro gritando igual a um louco, passando na frente da lanchonete onde seu dono, aquele que cobrou o catchup, estava na calçada olhando estarrecido. Acho que ele fechou para férias naquele dia para descansar um pouco.

Treinos com a fera

Foi passando o tempo, e fui chegando pro lado do mestre Guido. Mestre em todos os sentidos, dentro e fora da mesa, pois se continuássemos daquele jeito iríamos ser presos em seguida.

Treinava com o Guido quase que diariamente. Na época em que se arrumavam os botões em cada recuo para o goleiro chanfrado ou bola para linha de fundo, treinávamos sem arrumar para aumentar a dificuldade de cobertura e cavadas. Tempo muito bom.

Uma vez, para ter idéia da vontade de jogar, o Guido fazendo plantão no final de semana, levamos a mesa para o trabalho e jogamos toda a tarde. Até que ao tentar um chute, quebrei a régua que chutava. Fomos para a casa do Guido e enquanto o cara não fez uma igual, não descansou. Realmente um abnegado e apaixonado pelo que faz e com quem anda.

Uma outra questão aprendida com este ícone, foi anotar os jogos que fazia, onde, qual campeonato, quem fez os gols, etc. Com isso, hoje consigo reunir todos meus jogos em exccel, onde faço planilhas estatísticas por competição, por ano, etc.  Um acervo muito rico de informações que também devo a ele.

Mesa em casa

Um dia pedi ao Guido que fizesse uma mesa para colocar na minha casa, a fim de treinar chutes e aproveitar que meu mano, Gelson Bauer, estava começando a jogar também.  Foi uma etapa muito legal, pois jogava bastante com meu irmão e com nosso pai.

Não é que o cara fez e até hoje não quer receber pelo seu trabalho.

Paixão pelos lisos

Já tínhamos ido a Brasileiros onde pudemos acompanhar um pouco dos jogos de liso. Ficamos maravilhados só em olhar aquela loucura de botão, aonde não existe cobertura, etc. Pedi que o Guido fizesse um time de liso do Xavante para mim. Me respondeu:

-“Mas cara, eu não faço botões !!!”.

-“Eu sei, mas faça como puder”.

Dito e feito, pegou seus acrílicos, colou uma chapa na outra, pegou a serra corta copos com a dimensão máxima do tamanho de botões ( única que possuía na época ) e fez.

Beleza, ficou redondinho pelo menos.

- Tá, mas agora a inclinação, o ângulo, nos perguntamos?

Complicou.

Foi para o esmeril, desbastou dando caída, poliu e pronto. Tava feito. Legal, time feito, só faltava estrear.

Ainda em 1997, o Guido promoveu um torneio de férias ao qual somente organizaria.  Solicitei a ele para jogar de liso contra a turma de cavado, mas que precisaria jogar somente na mesa que escorregava bem os lisos. Disse-me que por ele não teria problema, mas teria que ter consenso dos demais. Beleza, até vibraram.

Começa o campeonato, jogo vai, jogo vem.. vai acostumando, perde uma, ganha outra e assim vai... de fase em fase. 

- Engraçado era quando pedia ao gol e me questionavam pelo grau do botão para arrumar o goleiro, e eu respondia:

- “ Olha, é de 8 a 25, depende do lado que bater na bola !!!!”

Resultado final, acabei ganhando o torneio e me apaixonando pela modalidade.

Amadurecimento

Com o passar do tempo, fui amadurecendo como pessoa e jogador. Paramos com aquelas brincadeiras de criança de 12-13 anos, que nem cabe para esta idade também, mas tudo bem. Passei no vestibular para Agronomia e tive que residir em Pelotas, minha terra natal.

Os jogos aconteciam durante a semana e nos sábados. Disponibilizaram-me jogar apenas nos sábado, acumulando os jogos de duas, até três semanas. Jogava cerca de oito, nove partidas num dia.

A decisão

Porém, por questões de trabalhos na faculdade e até financeiramente, começou a ficar complicado de viajar a Pelotas. Por um certo período ainda consegui pois um time de futsal do Chui, pagava minhas passagens para jogar o citadino. Mas com o término do campeonato, ficou mais difícil. Tinha chegado a conclusão de que teria que abandonar, ou me distanciar por um bom tempo do certame do futebol de mesa. Foi aí que de uma forma extremamente humana e até exagerada, pois acho que não merecia tal privilégio, que toda ASFM, capitaneada pelo Guido, decidiu que eu seria o primeiro lugar do ranking independente de competir ou não, me credenciando para jogar todos os campeonatos do circuito estadual e nacional. Imagina o quão agradecido fiquei. Foi uma demonstração de carinho e reconhecimento que nunca tinha visto.

O retorno já nos lisos


               Dois dos motivos estava interligados.

A saudade de reencontrar velhos amigos e voltar a praticar o futmesa, minha paixão.

Após 10 anos parados em função de compromissos profissionais, residindo em cidades que não é jogado a nossa regra, a paixão pelo esporte e o calor dos bons e velhos amigos estavam fazendo falta.

O outro grande motivo, também de jogar na modalidade de lisos era em função do que meu pai, que sempre me dizia:

- “Tens que voltar nos lisos, pois é algo novo e aparentemente desconhecido para ti ! “
Em 2010 fui morar em Lajeado e descobri através dos sites que seria realizado um campeonato na festa da uva em Caxias do Sul. Deixei um recado no site da AFM e prontamente, o amigo Daniel Pizzamiglio respondeu que poderia jogar sem problemas. Foi o que fiz.

Na oportunidade, conversei com toda a turma e me convidaram para fazer parte do quadro de sócios, o que me deixou muito feliz, pois além de voltar a jogar, jogaria liso que sempre tive vontade.

Todos de Caxias são fora de série e me acolheram muito bem.

Obrigado galera de Caxias pois vocês me incentivaram ainda mais para voltar a jogar.

Grande turma.  Devo também a vocês. Obrigado de coração.

Em 2010 estava preparado para jogar o Brasileiro de Lisos, mas por força do destino, meu MELHOR AMIGO e principal incentivador juntamente com minha mãe e meu irmão, MEU PAI, acabou falecendo em função de complicações devido a um câncer contra a qual lutava há dois anos.

A maior dor e o maior vazio que senti nos meus 34 anos de vida.

Neste momento me seca a garganta e acho que perco um pouco do sentido das palavras. Creio que por força de meu querido pai, acompanhado de muita sorte, tenho a oportunidade de disputar duas competições de liso - o Torneio Início em Caxias e o Estadual por Equipes.

Mesmo não estando muito cotado para chegar as finais, nem muito convencido e confiante disso, acabo sagrando-me campeão em ambos, este segundo com ajuda dos meus amigos de Santa Vitória.

Acho que no mínimo, meu pai e minha família, estão orgulhosos de mim neste momento, pois penso sempre neles em qualquer lugar que estou.

Sigo tentando fazer o que sempre meus pais me ensinaram - viver a vida, fazer o que gosto, fazer amigos e cultivá-los, fazer o bem e sendo íntegro, pois somente assim as coisas de nossas vidas possuem valor pleno.

A emoção ainda existe, acho que é a paixão pelo esporte e pela vida, enquanto estiver sentindo isso espero seguir jogando e fazendo o que mais gosto.

              Agradeço em especial minha esposa, Luciana, e meu filho Renan, por me apoiarem incondicionalmente neste esporte.

* foto cortesia by Robson Bauer

sábado, 5 de março de 2011

BADIA - Publicado em 05 de março de 2011




















O GOTHE CROMO GOL está de volta e trazendo uma grande figura do Futmesa Gaúcho. O vice-campeão Gaúcho de 2009 retoma a nossa série que conta um pouco da história de nossos botonistas.

Confira amanhã, no LANCE DE DOMINGO, o lançamento do que talvez poderá ser a principal Copa do nosso esporte nesta temporada 2011, e não perca a oportunidade de juntar-se a ela e mostrar que o Futmesa pode muito mais do que significar troféus, títulos, vitórias, gols e diversão.

Bem, com vocês agora no Gothe Gol, o jogador do Círculo Operário Pelotense - COP, curta mais uma história das mesas deste botonista do sul do Estado, Badia.

Tudo começou em meados de janeiro de 1970, quando com 5 anos de idade perdeu seu pai, na época, a família mudou-se da rua Álvaro Chaves para a rua Gonçalves Chaves ao lado do Teatro Guarani, na casa em frente morava a família Muñoz onde o caçula, João Luiz, jogava botão com seu irmão mais velho.

Conheceu então os panelinhas, comprados em supermercado e, posteriormente vieram os puxadores, fabricados pelo Sr. Becker. Ir na fábrica dele era uma maravilha, ficava longe da sua casa mas, pegavam as bicicletas e íam até o Seu Becker comprar puxadores, umas maravilhas que deslizavam muito bem na mesa da cozinha, mas nas lajotas trancavam um pouco.

Junto com o carrinho de lomba, que desciam o Guarani, o jogo de botão e o futebol eram os brinquedos, fabricar os goleiros de caixa de fósforos, Olhão, cheios de areia ou chumbo para não cair, faziam a alegria.

Com o passar do tempo, em 1980, por insistência de Aldyr Schlle, amigo de sua família, foi conhecer o futmesa oficial, encantou-se com o que viu, mesas enormes com arremates laterais para os botões não caírem no chão, botões todos iguais, enfim, algo organizado, com regras oficiais e tudo. Não deu outra, iniciava-se aí uma paixão.

Badia, João Luiz Muñoz, José Ricardo Silva (irmão de Luiz Fernado da Academia), se associaram na APFM (Pelotense). Badia não tinha time oficial, sua mãe era professora estadual, e então para manter a casa, a Badia e sua irmã, era muito difícil. Não podia gastar em bobagens como comprar um time de botão para ele, então a solução encontrada foi dada pelo Schlle. Mandou o Ochoa lhe emprestar um time!

Este Sr. Ochoa, ele nunca tinha visto, não conhecia, guri ainda, mas foi a pessoa que confiou nele e lhe emprestou um time vermelho com uma lista branca entre as camadas, jamais esqueceu disto, deixou-o levar o time para casa e tudo. 

Para Badia aquilo foi uma glória, jogavam na APFM, embaixo de uma escada na APFM, e ele que já era alto, quando virava de lado no intervalo do jogo, tinha que jogar meio agachado pois a escada do prédio ficava com seu volume de degraus para dentro, e era ali que estava o campo, o campo da gurizada iniciante.

Com o passar do tempo juntou uns trocos da carteira da mãe e foi ao seu Becker mandar fazer um time, lindo, preto com uma lista branca transversal, uma legítima Ponte Preta, cada camada de acrílico foi colada com perfeição. Achava aquele time maravilhoso, mas, para sua surpresa, não poderia ser Ponte Preta, pois o Sr.Sergio Pierobom já era Ponte. Então trocou o adesivo para um tal de Celtic, foi a primeira cartela de adesivos que achou numa livraria próxima.

Entrou para Engenharia Elétrica e os estudos fizeram com que parasse de jogar, voltou a jogar puxador muito raramente, pois jogar no chão e em mesa de cozinha não dava mais. Uma bela tarde de sábado, foi jogar na casa de José Ricardo Silva, pois havia na garagem, uma mesa de botão que o seu pai o presenteara, muito bonita, alta, com proteção etc, quase uma mesa oficial então. Nos intervalos entre uma aula ou outra, jogava seus amistosos na garagem do amigo.

Como a faculdade começou a apertar, seus botões ficaram esquecidos numa caixinha por muito tempo, depois veio esposa, filhos e sem tempo, nem lembrava dos botões.

Em 2002, quando fazia exames de rotina, seu médico disse, “ Badia, tens de praticar um esporte, chega desta vida osciosa ! ". Pensou, que voltar a jogar tênis não daria, futebol, pesado como estava, seria impraticável. Fazer o que ?????

Um dia passando pela rua Gal.Telles, viu num portão de garagem o escudo da APFM pintado e pensou em voltar.

Uma noite destas foi neste endereço que ficava a duas quadras de sua casa e procurou o Presidente, que na época era Charles, e pediu se poderia ir algum dia jogar um pouco. Na hora foi muito bem recebido e as portas da Associação lhe foram abertas.

Numa outra noite, procurou e achou seus times, pegou o filho e foram jogar botão. Quando abriu e tirou da caixa os atletas na APFM, um guri começou a rir dele e falou, “ Não se joga mais com este tipo de botão, agora eles são cavados ! ”. Era Joni, que estava dando dicas de como eram os botões e como se jogava então.

Deram-lhe o endereço do Marcos (Piruka), fabricante em Pelotas, pois o Sr. Becker não existia mais em seu meio, foi lá no Marcos com seu time e mandou cavar.

Badia lembra que o Marcos só dizia, “ Não cava este time , não vale a pena, ele ainda está inteiro, é uma pena fazer isto, etc ”. Muito teimoso, mandou cavar o time, fato do qual se arrepende até hoje.

Passou a ir quase todos as noites na APFM onde treinava com Joni, Victor, Getúlio, Marcelo Curi e José Mello, fazia parte da segunda divisão da APFM, tinha de treinar para enfrentar a pesada segundona e começar a jogar no meio dos feras.

Conseguiu trocar de série junto com José Mello e Carlos Pedroso. Com  o passar dos tempos, apesar das mudanças de endereço da APFM para Gal. Osório, depois para Santa Cruz, nunca mais largou seus botões.

Em meados de 2005, pela mão de Marcelo Curi e Getúlio, foi conhecer o Circulo Operário, conhecia só de nome e achava que fazia parte de uma padaria em Pelotas que leva este nome, não conhecia a grandeza da Entidade, a generosidade deste “clube” com sua comunidade, o ambiente com seus associados, enfim,  foi muito bem recebido no Dpto. de futmesa, associou-se, e joga lá até hoje.

Como sempre procura colocar Badia, o futmesa é um esporte que não pode ser transformado em rivalidade entre os treinadores, serve para desopilar, esquecer problemas, fazer novos amigos, divertir e, quando acaba o tempo de jogo, tomar uma cerveja com o adversário, dar risadas dos erros, vangloriar-se dos acertos, sempre lembrando que do outro lado da mesa está uma pessoa que devemos respeitar e preservar como amigo, pois tudo é somente um jogo de botão !

KUHN - Publicado em 1º de janeiro de 2011




















O Gothe Gol abre 2011 com a série de sucesso GOTHE CROMO GOL, e mais um dos excelentes botonistas do Futmesa Brasileiro.

O tradicional técnico do Botafogo, seja no cavado ou no liso, Carlos Kuhn, chama a atenção pela boa técnica e reúne um bom número de títulos pelas entidades onde passou. Confira contado por ele mesmo, mais uma história de vida do Futmesa.

" Nasci em Alegrete/RS, distante 500 kms de Porto Alegre.

Quando criança juntava tampinhas de uma marca de refrigerante que continha o desenho de uma estrela e também uma semente de cinamomo com o formato de uma bolinha, as quais acionando com o dedo e jogando no hall que tinha na frente da residência, formava no meu imaginário um time de futebol.

Algum tempo depois conheci os botões e comecei a jogar na garagem de casa. Mesa e traves de madeira, goleiros de caixa de fósforos (colocávamos peso dentro), botões de plástico, casca de coco, de casaco (alguns chamados cruzetas pois tinham uma espécie de cruz na parte interior, raros e muito requisitados), também uns brancos transparentes chamados de vidro de avião.

Nesta época, muito distante da capital e acompanhando somente pelo rádio, os clubes de futebol de maior projeção eram do Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1962, o time da estrela solitária seria Bi-Campeão carioca.

Pronto, já tinha um time a escolher para meus botões: o Botafogo de Nilton Santos, e do maior ataque de todos os tempos (em minha opinião) Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagalo. Com este time ganhei minha primeira medalha de campeão em 1964 que guardo até hoje.

Passaram-se os anos e vieram os estudos, trabalho, casamento, filhos, etc.. quando redescobri o futebol de mesa no final de 1992 no Círculo Operário de P.Alegre, localizado na avenida Polônia onde ali encontrei o  Vito Castiglia, então presidente, e tantos outros que se tornaram grandes amigos. Fiquei encantado com a organização e a beleza dos botões e logo encomendei um Botafogo (que tenho até hoje) pelo mestre Salatiel/RN. Já na primeira competição (Torneio Início/93) acabei como vice-campeão. 

Ainda em 1993 nos transferimos para o Clube Caixeiros Viajantes.

Em 1994 fui apresentado e aprovado para ingressar no tradicional grupo Bola Branca onde joguei até 1998, solicitando meu desligamento no ano seguinte. Um grupo fantástico onde fiz novas e boas amizades e ainda hoje guardo ótimas recordações.

Em 1999 ainda representando o Clube Caixeiros Viajantes participei e conquistei o 3º lugar no Estadual Sênior, realizado na cidade de Rio Grande (lembro que fui eliminado nas semifinais, nos pênaltis, para o grande botonista e amigo Guido).

No início de 2000 fui trabalhar na cidade de Carazinho/RS onde fiquei sem praticar o futebol de mesa por longo tempo. No 2º semestre de 2002 conheci o departamento de futebol de mesa do Grêmio e lá permaneci até o encerramento das atividades no final de 2009. De janeiro a junho de 2010 aproveitei para treinar na Franzen (sinceros agradecimentos) e na AFUMEPA, hoje minha nova casa.

Ainda “sem teto” participei de um grande evento na modalidade Liso, os “Jogos Abertos de Caxias do Sul”, homenagem aos 100 anos da cidade e 45 anos de fundação da AFM, onde mesmo enfrentando grandes feras do Liso,  obtive com muita honra, o inesquecível título de Campeão.

É de ressaltar meu sincero agradecimento ao amigo Breno pela insistência de fazer com que eu participasse, inclusive dando-me carona.

A convite do amigo Sérgio Oliveira ingressei na AFUMEPA, entidade de maior tradição de Porto Alegre, onde fui muito bem recebido e lá permaneço com a maior satisfação.

Projetos para 2011: praticar somente a modalidade liso que é a que me traz maior alegria e vontade de jogar, bem como tentar participar de todas as competições desta modalidade (para isso será necessário estar ranqueado).

Maiores conquistas: As amizades efetuadas durante todos estes anos (talvez já tenham lido esta frase, mas é o que realmente acontece no futebol de mesa).

Times aos quais simpatizo:
Rio de Janeiro - Botafogo
Minas Gerais - América Mineiro
Argentina -  Racing Club

Time do coração: Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, esse sim uma verdadeira paixão.

Concluo agradecendo ao prezado editor Ricardo Gothe pela lembrança do meu nome, ao mesmo tempo em que desejo a todos botonistas e familiares um Feliz 2011. "

GOTHE - Publicado em 18 de dezembro de 2010




















Bom dia pessoal da bolinha ! A série de absoluto sucesso, o GOTHE CROMO GOL, não poderia fechar a temporada sem o seu autor. Resgatei um antigo conteúdo dos tempos do Gothe Gol no provedor HPG e reproduzo aqui. Creio ser de 2003, por aí, e publico no original, sem nada acrescentar.

Se tiver que acrescentar algo faço aqui, de um cara que produziu um espaço de Futmesa absolutamente reconhecido como diferenciado, o Gothe Gol, que conduziu o grupo ex-Grêmio para o Geraldo Santana, e que no campo pessoal teve um ano de resultados indiscutíveis na sua tarefa de planejar e executar em Porto Alegre com uma grande equipe, a Copa do Mundo 2014, o que o levou ao Comitê de Observadores da FIFA na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul este ano, (foto by arquivos do Gothe Gol).

O texto pode estar desatualizado, mas vale como registro de alguém que faz mais de 40 anos se diverte e participa de todas as formas do Futmesa, dentro e fora das mesas.


Nascido em Porto Alegre no dia 6 de junho do complicado ano de 1961, onde o Governador Gaúcho Leonel Brizola através da cadeia da Legalidade defendia bravamente a permanência de Jango na Presidência da República após a renúncia de Jânio Quadros, o contato inicial de Gothe (como é conhecido) com o Futebol de Mesa, acontece em 1968 quando ganha seu primeiro time, um Fluminense de "panelinhas", aqueles com a foto do jogador, e que tinha Samarone, Cafuringa, Assis, Félix, Marco Antônio, Galhardo, Denílson e Mickey entre tantos outros inesquecíveis jogadores do tricolor carioca.

Em 1970 teria seu primeiro Grêmio com tantas feras que seria impossível citar algum que o leitor desconheça. Foi em 1971 já com um time de "puxadores", o Olaria do Rio de Janeiro, que disputou seu 1º campeonato, ficando com o título numa final contra o grande amigo e rival de bairro Gilberto Dippe Rodrigues (Olaria 1 x 0 Remo).

O gosto pelo esporte tomou proporções ilimitadas quando em 1974, o pai Bernardo presenteou no Natal a ele e ao irmão Peter com uma mesa semi-oficial, daí para frente nunca mais parou. Depois de jogar várias regras (gaúcha, do passe, mista, etc...), chegou a regra brasileira em 1981 associando-se a AFUMEPA que tinha sua sede na Avenida Independência.

Seu time inicial na nova regra foi a Roma de Bruno Conte e Falcão, e foi com ele que foi vice-campeão do Torneio Incentivo daquele ano, perdendo à final para a Portuguesa de Eli. Foi também na AFUMEPA que conquistou seu 1º título na regra Brasileira, o TROFÉU AFUMEPA de 1989 da 2ª divisão com o Talleres da Argentina, e onde também admite ter disputado o seu jogo inesquecível, quando derrotou a Miguel Oliveira (Atlético-MG) por 2 a 0, no returno de uma competição interna, justamente no dia que Miguel retornava da Bahia como Campeão Brasileiro (no 1º turno havia sido goleado por 5 a 0).

Foram 10 anos de ausência até que o grande amigo Breno Kreuzner o resgatou levando-o para jogar no GEVI, o querido Ipiranguinha, e lá viveu excelente momento conquistando em 1 ano e meio 7 títulos entre participações internas e externas, incluindo a medalha de ouro do 31º JIRGS (Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul) em 1999 no Município de Gravataí e o Metropolitano por Equipes em 2000.

No 2º semestre de 2002 incorporou-se ao Departamento de Futebol de Mesa do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, clube do coração ao lado do Bayern de Munique da Alemanha, sendo que no novo clube já conquistou 5 títulos e alcançou as semi-finais do Estadual por Equipes representando as cores do tricolor gaúcho em 2003, à exemplo do que havia feito no início de 2002 pelo GEVI. 

Gothe é um botonista que faz da aplicação tática e da observação dos defeitos e qualidades de seus adversários suas principais virtudes, sem deixar de lado uma técnica que se não é brilhante, pode ser considerada eficiente. A cobertura, a marcação e posicionamento fazem do seu jogo defensivo um instrumento consistente, e é um dos raros jogadores que não utiliza do recurso das cavadas constantes como meio para se defender ou atacar, algo comum hoje no Futebol de Mesa na Regra Brasileira, beneficiando-se ainda de uma bola longa de muita precisão e a utilização com qualidade de botões com 25°'s. 

Ele que continua afirmando que o mais importante título de seus 36 anos de esporte, permanece sendo o do Campeonato Vasco da Gama, a competição de seu bairro, o Rio Branco em Porto Alegre, quando o Olaria com um gol de Jair derrotou na final o Clube do Remo do amigo Gilberto, lá no já distante ano de 1971, que insiste em não abandonar a sua memória.

DANI - Publicado em 11de dezembro de 2010




















Tem pessoas, botonistas, que transcendem os títulos. Já desfilamos incontáveis jogadores de grande qualidade nesta série, lendas, ícones, mas há um tipo de técnico que diz ao Futmesa o que ele de fato precisa como espírito.

Dani Junqueira do Círculo Militar de Porto Alegre (foto), é um deles, mangas arregaçadas sempre para fazer acontecer em nosso esporte. Não somos próximos, mas com certeza amigos. Me visitou outro dia em meu espaço profissional, direto como sempre, sincero como sempre, honesto como sempre.

Saiu, fiquei pensando, existem Campeões sem faixas, craques com brilho próprio sem os quais o Futmesa será apenas uma disputa entre técnicas, nunca uma virtude de pessoas. Com você, contado por ele mesmo, um pouco da história de Dani no nosso Futmesa.

" Daniel Junqueira de Lemos, quarenta e dois anos, Portoalegrense.

Iniciei como muitos de minha geração, privilegiada, onde as crianças brincavam com muito mais prazer do que hoje.

Com oito anos no natal de 1976 fui presenteado pelo meu pai, um amante do futebol, com um estrelão com quatro times de panelinha, da já extinta Brinquedos Estrela.

Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, que vinham com as carinhas dos jogadores. Era sensacional.

Logo eu e meu irmão Marcus descobrimos amigos da vizinhança que gostavam daquela brincadeira. E com o tempo foram surgindo os primeiros campeonatos.

Tovemos a descoberta mais tarde dos famosos puxadores de acrilico, comercializados pelas tabacarias de bairros, que hoje não existem mais.

Houve a evolução natural dos nossos campeonatos, que foram ficando cada vez maiores, juntando em torno de vinte meninos com varios Estrelões.

Passávamos tardes inteiras jogando. Era uma das regras que com o tempo foram unificadas para a regra Gaúcha.

Lembranças gostosas, cheguei a ter quarenta times, todos com camisetas, devidamente uniformizados.
E as trocas e compras eram tratadas como verdadeiras contratações.

Em 1984, com dezeseis anos, um amigo de bairro, Henrique apareceu em minha casa, com um time bem maior do que conheciamos, me causou muita curiosidade. Entusiasmado, contou que havia trocado com um menino e que conhecera um lugar que se jogava " Futebol de Botão Profissional ", com mesas enormes e goleiras com redes.

Os campeonatos eram jogados em uma Associação. O relato foi tão emocionante, e nos organizamos para conhecer tal lugar. Queriamos saber mais daquele universo que não conheciamos.

E num sabado, eu, Henrique, Anselmo, Severo e Alex fomos a tal Associação " AFUMEPA " . A euforia foi total, ficamos muito impressionados com o que vimos. Tínhamos que adquirir os times e como faríamos os campo de jogo é o que pensávamos.
No local conversamos com um senhor, que não me lembro mais o seu nome, que nos deu uma copia xerox da regra com as medidas da mesa.

Foi o começo de tudo. Saindo da Afumepa começamos a planejar e determinar tarefas no grupo. Alex ficou responsável pelo estudo da regra de jogo, para depois repassar a todos. Henrique e Severo responsáveis por adquirir os times. Eu e Anselmo em fazer o campo, a mesa de jogo.

E QUE MESA !

Meu pai tinha trocado sua cama de casal e a velha foi parar na garagem. O estrado da cama era uma chapa, adivinhe !

Marcação feita, ripas para isolar as extremidades, e as goleiras?

Fizemos com as madeirinhas redondas dos cabides, estes que são usados pelas lavanderias de hoje. A rede foi um mosqueteiro de um berço de criança.

Tudo pronto, nós cinco começamos nosso campeonato da Ricalde Marques, nome da rua que morávamos no Passo D'areia.

A garagem de meu pai virou nossa sede, tudo armado, limpo, com tabela fixada na parede. Durante a semana à noite e nos sábados sempre tinha jogo.

E logo iniciei os mais novos, meus irmãos Marcus e Rafael, meus primos Cristiano, Diego e Tiago e os vizinhos Gustavo, Daniel Ordhai e Paulinho.

Com a ajuda de Severo adquirimos mais times e quando nos demos conta áramos doze jogando. Como era bom, e como está sendo bom relembrar aqueles momentos.

Em 1988 com vinte anos decidi jogar na Afumepa e foram comigo Cristiano e Diego. Lá encontrei com ex colegas do Colégio Vicente Pallotti, Leandro, Elizandro e Elias. As competições eram longas e bem organizadas, com data e hora marcadas e cumpridas.

Foi uma ótima evolução para nós.

Mas a garagem nunca morreu, mesmo com a mudança para outro bairro o Jardim Sabará. Em 1992 com vinte e quatro anos me afasto por motivos profissionais e deixo de jogar por treze anos.

Os nossos queridos botões ficam guardados na garagem, eram seis caixas abandonadas ao pó, pois como era o maior mobilizador da familia, os demais também abandonaram.

Em 2006 encontro um amigo especial, Rogério Feijó, conversamos muito, e para minha supresa o cara tava jogando futebol de mesa na Academia Franzen.

Convites e mais convites, e eu me esquivando, até que resolvemos bater uma bolinha. Foi na Afumepa com a cortesia de um amigão o velho Bartz.

Eu, Rogério, João Luiz e Bartz, fizemos um quadrangular no qual fui Campeão, mas o importante foi que a muito não me divertia tanto.

Foi quando Rogério me intimou avoltar a jogar, e que a volta tinha que ser com sua turma, que era muito boa.
E não deu outra, cachaça, botão é cachaça !

Da Franzen acompanhei o grupo que fundou o Circulo Militar e acabei trazendo meu irmão Marcus e o primo Cristiano a ativa novamente.

De volta a este mundo especial, resgatei muitos amigos e fiz novos.

Que com certeza são os meus maiores titulos ".

PAULO - Publicado em 04 de dezembro de 2010




















As lendas podem estar mais do que vivas, entre nós, na mesa do lado. Paulo Schemes chega ao GOTHE CROMO GOL para assinar essa máxima, a lenda pode continuar a fazer a história, e não ser unicamente um registro. É ele quem conta sua trajetória, memórias de infância, como caminhou para se confundir com a própria história do Futmesa. Com vocês o GOTHE CROMO GOL, com vocês, Paulo Schemes.

Aos cinco anos sendo uma criança e querendo durante o dia apenas brincar, sendo de uma geração onde não existiam na época os shoppings, vídeo games ou o grande apelo de marketing via televisão que temos hoje, fui muito feliz brincando com o que tinha, e à medida que crescia evoluía junto minha capacidade de criar e construir meus brinquedos.

Assistia semanalmente meu pai reunir-se com amigos em volta de uma mesa  e jogar “botão” com uma euforia juvenil, e aquilo era sistemático e constante. Naquela época meu pai inovava, tinha uma mesa de dois lados, no primeiro em madeira com marcação e furos para as goleiras, no segundo revestida em feltro (como uma mesa de sinuca) onde jogavam como os mesmos botões, porém com uma bola de cortiça redonda. Era apaixonante, campo verde marcado em branco, goleiras e redes branquinhas, era uma pérola.  Para nossa sorte crescemos e já alcançávamos na mesa.

Como iniciação eu e meu irmão fomos presenteados com os famosos times de panelinha, onde podíamos jogar no chão, foi o início de algo que eu jamais imaginaria do quão importante e decisivo seria em minha vida. Aquele brinquedo virou de imediato um vício, porém em seguida já não era mais o que queríamos, mas sim um time para jogar naquela mesa. 

Morávamos na zona Norte de Porto Alegre, e sempre fomos muito ligados ao futebol desde pequenos, com a evolução natural das coisas, já não era motivo de alegria poder jogar no Passo da Areia, queríamos jogar no Maracanã que estava ao nosso alcance pelo aumento da estatura e por já nos acharmos aptos a desfrutar, visto que já havíamos cumprido estágio jogando no chão com os panelinhas.

Na Rua Vicente Palloti no bairro IAPI surgiu forte o jogo de botão, naquela época a rotina era a turma de amigos, onde para cada época do ano se tinha uma atividade, jogo de taco, peão, bola de gude, futebol e muito jogo de botão.

Em um local mágico DE BAIXO DE UMA PARREIRA o palco (mesa) ficava armado, eram campeonatos longos entre muitos amigos com apenas uma mesa, torcida, pressão, muito jogo e pouco tempo. Daquela regra evoluímos para a Regra Gaúcha onde evoluímos de um universo de Bairro para o Estado, onde coordenados pelo saudoso Paulo Borges jogávamos e participávamos de Campeonatos Citadinos e Estaduais. 
 
Aos 15 anos fui levado por meu pai ao Internacional onde havia um Departamento muito organizado com muitas mesas e verdadeiras feras da época, Pedro Cruz, Azevedo, Vanderlei, Gilberto Rosa, Aldrovandi e muitos outros, neste período disputamos muitos Campeonatos Estaduais e Citadinos jogando na Regra Gaúcha, era a realização de um sonho e algo que se fazia com afinco, perseverança e muito amor, sempre acompanhados de meu pai, nosso mentor e também praticante e apaixonado pelo jogo de botão.

Mas os jogos continuavam na mesma toada na Vicente Palloti, a turma continuava unida e jogando muito, agora em uma mesa da Regra Gaúcha.  Com a integração e relacionamento que este esporte propicia, meu pai acabou sendo nomeado Diretor do Departamento de Futebol de Mesa do S.C. Internacional e lá em uma noite de inverno conheceu José Bernardo Figueira que veio de Pelotas para apresentar o que na época chamava-se Regra Baiana. Impressionante, mesa enorme, o dobro da que estávamos acostumados a jogar, botões maiores, goleiras maiores com o goleiro jogando em pé (parecia fácil). 

Com isto buscou-se mesas para este fim e meu pai organizou o Torneio Inter 70 anos em 1969 no Ginásio Gigantinho, onde estiveram presentes Luis Ernesto Pizzamiglio e Ayrton Dalarosa de Caxias do Sul, Antonio Carlos Martins e Helio Nogueira do RJ, Dirnei Custódio de Santana de Livramento.  Foi como andar nas nuvens, jogar uma regra nova, botões novos, com gente de outros estados ou cidades onde antes não tínhamos tido oportunidade de jogar. Neste evento ganhei minha primeira ficha grande do Pizzamiglio que me aconselhou a jogar com ficha grande o que faço até hoje. 

A revolução, mudanças de raciocínio e de horizontes com a REGRA BRASILEIRA, provocou o que era inevitável, o crescimento do Departamento, a necessidade de mais recursos, tempo e dedicação gerou em meu pai a decisão de fundar uma Associação própria, onde objetivava ter autonomia de movimentos e liberdade sem depender de autorizações superiores.

Voltamos para a Vicente Palloti, mas agora jogando na REGRA BRASILEIRA, e já com quatro mesas ao invés de uma apenas, assim nascia a Associação de Futebol de Mesa de Porto Alegre, a AFUMEPA, que com a adesão de novos adeptos (e eram muitos) obrigou-se a mudar para a Av. Independência, depois para a José Escutari.  Neste período tivemos oportunidade de disputar muitas competições a nível regional e nacional, onde conquistei um grande amigo em que nos defrontamos em duas finais de Campeonato Estadual por dois anos consecutivos, Sergio Pierobon, um astro do Futebol de Mesa, grande amigo daqueles que a gente cuida para sempre. De títulos, um Campeonato Estadual em Santana do Livramento e um Centro Sul Brasileiro em Porto Alegre.

Em 1986 pelo fato de residir em Guaíba, trabalhar em Guaíba e ter muitos amigos que praticavam Futebol de Mesa na fábrica e motivados por jogos internos (Olimpíadas), com o incentivo do Clube Recreativo Riocell em agosto inauguramos nosso Departamento de Futebol de Mesa com vinte e cinco praticantes, para o início era um número bastante significativo.

Em setembro por sorte do destino em nossa primeira competição a nível nacional, fomos ao Rio de Janeiro jogar o Campeonato Centro Sul Brasileiro.  Deus olhou para nós e nos sagramos Campeões, era o que faltava para a cidade de Guaíba entrar em ebulição com o Futebol de Mesa. Só quem viveu aquela época sabe, o apoio do clube foi total, a imprensa da cidade nos concedeu até espaço para coluna semanal sobre nosso esporte. 

Surgiu uma geração de ouro em função desta movimentação, Leandrinho, Marcelo e Diogo Mallet e Tiago Leão e André são frutos  deste movimento e desta época, e hoje por onde passam arrematam títulos, ao vê-los em ação constata-se  que este é o verdadeiro sentido de nossa missão, perpetuar e multiplicar o amor por este esporte.

Esta obra prima foi construída em conjunto com muitas mãos, dentre elas as de Joni na época Presidente do CRR, Paulinho, chefe da marcenaria da Riocell que nos ajudou muito na confecção das primeiras mesas, Francisco Giacobo (Chico) Menegotto, Perez e Marcos Jair Steyer que viria a se tornar o grande líder deste grupo, Nelsinho e Leandro Guimarães Fraga, sem sombra de dúvidas foi o âncora com seu carisma e espírito aglutinador. Deste grupo e desta época fica uma saudade enorme, com certeza foi o momento mais forte do Futebol de Mesa sob o aspecto de motivação, de grupo e de dedicação já vivido até hoje.

Encerrado o ciclo guaibense, naturalmente estabeleceu-se um hiato, pois a saudade e a falta daquele convívio me foram pesados de suportar e superar. Adaptado as mudanças pessoais, residindo agora em Canoas, surge a possibilidade e o convite de freqüentar o Caixeiros Viajantes, onde encontro Jorge Eloy, um grande AMIGO de infância da Vicente Palloti, e volta à rotina de jogar e praticar o Futebol de Mesa.  Este grupo resolve mudar de ares e acertam a transferência para o Circulo Operário de Porto Alegre COPA, onde entra em cena um AMIGAÇO, Nilmar Ulguim Ferreira, na mesa o pior adversário que eu poderia ter, tanto é que até hoje nosso jogo é considerado o DERBY do departamento, porém fora das mesas um amigo fiel, sincero e muito leal, onde ao longo destes quase 10 anos desenvolvemos uma amizade e admiração mútua que nos deixa muito próximos, conjugando e conciliando nossas idéias e estilos.

Surge o COPA, grupo heterogêneo, onde existiam os fominhas que estavam sempre nas mesas jogando e buscando resultados, e os festeiros que viam nos encontros momentos de descontração e alegria, com muita freqüência coroados com salchipão e cerveja. 

Realizamos no COPA um Campeonato Citadino onde matamos as saudades de muitos amigos, principalmente dos de Guaíba aonde depois de muito tempo e pela primeira vez os vimos do outro lado da mesa como adversários. O grupo ainda se acomodava e adaptava à rotina de competições internas quando através do Vito fomos conhecer o Departamento do Internacional, onde jogavam exclusivamente na Regra Gaúcha. Fantástica a estrutura e movimentação com os adeptos da antiga regra de todos nós. 

Ao chegarmos lá encontramos Peddi, Nilo e Oberici que nos receberam de braços abertos, vislumbrou-se com muitos bons olhos a possibilidade de ter a Regra Brasileira no S. C. Internacional (de novo).
Estabelece-se a euforia dentre muitos que percebem que agora em outro momento, com o Futebol de Mesa consolidado no cenário regional e nacional, poderíamos reeditar a história iniciada por Claudio Schemes agora com uma base mais sólida. 

Começa a se formar um grande e forte grupo, Nilmar, Rodrigo, Jorge Eloy, Azambuja (imaginem com a camisa do Inter, e tem registro em fotos), Claudio Queixinho (que Deus o tenha) o grande amigo de Santana do Livramento que com seu filho Diego nos brindava com sua presença e histórias onde a cada encontro revivíamos o início desta jornada lembrando-se de nossos líderes como meu pai e Dirnei Custódio, Claudio Queixinho e suas “deixas” como o Gol de Folha Seca, Mateus Galata (que esperamos um dia vê-lo de volta ao nosso convívio) com sua técnica refinada e precisão cirúrgica no jogar.

Com o nome forte INTERNACIONAL a embasar o Departamento, trouxe ao nosso convívio Jaime Junior, chegou de mansinho para ver o que era, viu, gostou e rápido como quem já nascesse com o dom, começou a jogar com seu Bagé, dedicou-se de tal forma a este esporte que hoje é o nosso principal líder natural, e isto é coisa que não se impõe, se conquista, e ele com sua dedicação e obstinação naturalmente ocupou este espaço que lhe é de direito.

Caco chegou e ficou. Meus filhos Bruno e Thiago, inseparáveis e amantes deste esporte como seu avô. Com a presença também de Gilvani Moreira que vinha de Passo Fundo para jogar conosco a cada 15 dias montamos um grande grupo onde com 16 mesas tínhamos o maior Departamento de Futebol de Mesa do estado com certeza, uma bela sala, boas mesas, estrutura e pessoal, o que querer mais?  Fizemos parte do maior evento já realizado até hoje neste esporte, a Copa Ricardo Teixeira que reuniu no Ginásio do Gigantinho 500 técnicos jogando em diversas regras, Brasileira liso e cavado, Gaúcha, Dadinho e carioca. Foi um evento inesquecível onde o ginásio ficou lotado e repleto de mesas. Os baluartes do Futebol de Mesa, Dirnei e Claudio se presentes se emocionariam com os frutos das sementes que plantaram.

Infelizmente nada é eterno, por razões um tanto obscuras encerrou-se o ciclo do INTER na Regra Brasileira, como resultado prático, um terceiro lugar no Campeonato Estadual realizado no GRÊMIO, e um Vice Campeonato Brasileiro em Florianópolis, mas o grupo seguiu forte e unido em busca de outra praça para “atrelar o pingo”.

Reuníamos-nos semanalmente no Mac Áureo traçando estratégias e vendo alternativas. Eis que surge a possibilidade da Academia Franzen.  Junior, sempre ele, buscou esta possibilidade e conseguimos definir parceria.  Mudança, mesas, este era o nosso problema, não tínhamos mesas, mas em uma ação rápida com o Nero, e com a participação financeira do grupo, rapidamente estava resolvido este impasse.

Iniciamos atividades e continuamos nossa caminhada de evolução e crescimento. Nesta nova fase conquistamos para o grupo os acréscimos de João, Carlinhos e Rogério, Fernando Palhaço (já falecido), Mauricio (Mau Mau) e Fernando Fof,  nosso coordenador gastronômico.  A grande conquista deste grupo com certeza foi o privilégio de conviver com Guido Garcia Stein, este fantástico ser humano que durante sua passagem breve, porém intensa, bordou nosso Departamento com harmonia, alegria e muitos ensinamentos. Guido com certeza é um troféu que ostentamos com orgulho, um amigo para sempre, um patrimônio deste grupo.

Como o grupo de forma constante buscava o algo a mais, tínhamos o sonho de conciliar FAMÍLIA/FUTEBOL DE MESA e sabíamos que se isto fosse alcançado atingiríamos o supra-sumo em termos de satisfação e com certeza poderíamos ter mais tempo para nos dedicar às nossas prioridades, FAMÍLIA/FUTEBOL DE MESA.

Através dos amigos que já freqüentavam o Circulo Militar de Porto Alegre, chegamos ao Coronel Emilio, nosso padrinho, que possibilitou o ingresso de nosso grupo no quadro associativo desta entidade que nos recebeu de braços abertos onde estamos hoje felizes jogando as terças, quintas, sábados e domingos, ou seja, jogamos sempre que temos vontade, basta querer.

Como se pode constatar, a vida é um ciclo, existem as voltas como foram os casos da Vicente Palloti e do Inter e existem os fatos definitivos, este grupo é definitivo, pois sem ele não teríamos chegado até o dia de hoje neste esporte, sua base está montada em um projeto idealizado por meu pai e sustentado por meus FILHOS/AMIGOS Bruno, Thiago e Rodrigo, e espero ansioso pelo dia que verei PEDRO SCHEMES debruçado sobre uma mesa a praticar um esporte que se confunde com meu sobrenome. Será a terceira geração, é um legado, é uma missão que sinto ter perante tudo que meu pai sonhou. Eu, meus filhos e meu neto, temos o dever de manter a chama do Futebol de Mesa sempre acesa para a cada dia escrever as páginas restantes desta história.

Vamos em frente, ainda temos muito que fazer, quer seja proporcionando mesas de melhor qualidade para a prática, quer seja pelo  prazer renovado constantemente  de jogar e estar com os amigos,  e este esporte  mágico faz com que em determinados momentos pensemos ser ainda aqueles meninos DEBAIXO DA PARREIRA.