quarta-feira, 28 de novembro de 2012

GILVANI - Publicado em 17 de novembro de 2012




















Meu nome é Gilvani da Silva Moreira, natural de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, tenho hoje 40 anos de idade, trabalho em uma empresa de Software na área de suporte,  meu primeiro contato com o jogo de botão ocorreu por volta dos meus  6 anos de idade, onde meu irmão Gilson jogava com seus amigos no chão e não eram botões de hoje e sim botões de roupas  e jogavam no leva-leva, no começo somente ficava  olhando; quando eles paravam de jogar, então era a minha vez de me divertir , este foi o meu primeiro contato. Com passar do tempo passei  a jogar com meu irmão Gilson e o meu interesse pelo jogo foi crescendo.

Com o tempo, o jogo de botão jogado no chão, passou a ser jogado em uma mesa, denominado futebol de mesa , comecei a acompanhar  meu irmão nos campeonatos da Liga de Futebol de Mesa de Passo Fundo, nestas idas aos campeonatos fui conhecendo mais o jogo e os atletas da Liga, através do meu irmão conheci  Telmar, que foi muito importante, além de me incentivar no esporte, ganhei dele o meu primeiro time oficial de Futebol De Mesa que era Guarani (SP), pois Telmar tinha o Ponte Preta(SP); lembro que foi o próprio Telmar que fez o time de botão, e ia diariamente na casa dele jogar, embora não alcançasse na mesa. Além de Telmar o meu irmão Gilson e Doutor Rubens Posser me ensinaram e incetivaram a praticar este esporte fascinante. Lembro do meu irmão me levar no campeonato estadual, ocorrido em Passo Fundo, no qual Ronir de Rio Grande foi campeão, foi um grande incentivo ver o campeonato e me motivou a querer ser campeão estadual.

Então entrei para a Liga Passofundese  de Futebol de Mesa, onde comecei a participar do campeonato dos Juniores, no qual  consagrei campeão, no ano seguinte, já estava participando da segunda divisão do campeonato , sendo que os quatro primeiros colocados passariam para a primeira divisão e obtive a quarta colocação, fiquei muito feliz com o resultado, por que não acreditava que passaria para a primeira divisão e estaria jogando com os melhores botonistas da cidade. A minha primeira participação da primeira divisão foi excelente, pois ganhei o campeonato, sendo até aquela data o jogador mais novo do estado a ganhar  um campeonato municipal, segundo o jornal da FGFM de 1987.

A partir desta data comecei a colecionar títulos, sagrando-me várias vezes  Campeão Municipal, Taça Passo Fundo e Torneios Municipal. Iniciei nos campeonatos estaduais sem sucesso, pois não tinha nenhuma  experiência , e o nervosismo diante dos melhores dos estado , prevalecia, porém jogar com eles me dava uma satisfação imensa e já era uma grande vitória estar lá.





















A vontade de vencer era imensa, comecei a me preparar com o foco no estadual, através de muitos treinos durante alguns anos, conquistei em 2002 na cidade de Bagé o Campeonato Estadual, para min foi o máximo, pois foi algo que almejava deste que entrei para Liga e vi pela primeira vez um campeonato estadual, e ainda considero o Campeonato Estadual o mais importante, sendo que é um campeonato difícil, por ser um celeiro de ter os melhores botonistas do Brasil. Neste mesmo ano participei do campeonato Brasileiro na cidade de Salvador (BA), no qual tive excelente resultado de vice-campeão. No ano seguinte (2003) tornei Campeão Brasileiro na cidade do Rio de Janeiro, sendo que a disputa final foi com o grande botonista Alex Degani, no qual considero um dos melhores jogadores, esta conquista foi fantástica; Em 2004 representando  Internacional na cidade de Florianopolis (SC), tornei
Bi – Campeão Brasileiro, integrando o ranque dos melhores botonistas  do Rio Grande do Sul, junto com muitos que admiro deste o meu inicio no futebol de mesa.

Na minha permanência no Clube do Internacional, ressalto que venci todos os campeonatos e torneios internos realizados internamente  e conquistei  invicto o Metropolitano, estas conquistas no mesmo ano, foram muito importantes e inesqueciveis. No ano seguinte retorno para Passo Fundo. Em 2007 recebo o convite do Grêmio de integrar seu quadro de botonista, fiquei imensamente satisfeito , sendo que era um dos meus sonhos, jogar no clube, pois sou tricolor, também venci algumas competições no Grêmio. Retornando a Passo Fundo, reintegro a ABP. Contudo eu juntamente com meu irmão Gilson, tínhamos um sonho, de ter nossa própria associação, então surge em 2011 Manchester Futebol Clube (Departamento de Futebol de Mesa), já neste ano (2012) com muito esforço e vontade, estamos jogando nas modalidades 12 toques, 1 toque cavado e 1 toque liso; Associação é composta por atletas de várias faixas etárias,  onde a experiência e a juventude se integram, pois temos no nosso quadro jogadores experientes e jogadores jovens iniciantes.; no qual temos a certeza de serem os continuadores deste esporte fascinante que é o Futebol de Mesa.

 Durante todos estes  anos colecionei vários títulos, conforme virão a seguir,  o que tenho a dizer sobre o Futebol de Mesa,  que é um esporte apaixonante, é obvio que a ganhar é importante, nós faz sentir bem, porém o que você aprende com este esporte, não tem vitória melhor, que é o respeito pelo próximo, saber perder e ganhar (humildade) ninguém é melhor que o outro, mas sim um estava melhor preparado para aquela partida e enfim, não posso deixar de mencionar as amizades que você conquista  e irá conquistar através deste esporte , esta é a grande conquista maior que um campeonato, pois amigos são eternos.

Agradeço deste já a todos que fizeram e fazem parte desta minha trajetória fascinante do Futebol de Mesa, mencionar nomes seria impossível, pois todos contribuíram com sua parcela na minha formação botonistica, porém não posso deixar de  mencionar o meu querido irmão Gilson, que me ingressou  e incentivou neste esporte fabuloso, o meu muito obrigado.

Um abraço a todos e espero que minha historia incentive novos campeões e principalmente novos botonistas, que possam descobrir o fascínio do Futebol de Mesa. Muito Obrigado meu amigo Gothe  pelo espaço que você concedeu a min e aos demais botonistas e  principalmente ao Futebol  de Mesa.




















Meus principais títulos:

Taça Passo fundo = vários

Municipais= varios

Torneios Municipais e Integrações: varios

Metropolitano equipes: campeão

Metropolitano Individual: Campeão

Internacional: Campeão de todos que participei

Grêmio: Campeão de 3 competições

Estadual Especial: campeão (2002)

Estadual Especial Equipes: Vice-Campeão

Taça RS Cavado: Vice campeão

Campeonato Brasileiro: Vice-Campeão (2002)

 Campeonato Brasileiro: Campeão (2003)

Campeonato Brasileiro: Campeão (2004)

Estadual 12 Toques: Vice Campeão Estadual (2011)


Estadual de Equipes 12 Toques: 3º colocado 2012 e atleta destaque do Campeonato.

ALAM CASARTELLI - Publicado em 23 de outubro de 2012




















Inicialmente gostaria de agradecer ao Gothe pelo convite de participar desse álbum de jogadores de futebol de mesa. Para mim é uma honra estar entre grandes amigos do passado e presente e que fazem a história desse esporte fascinante, bem como entrar para as páginas desse blog que é referência no futebol de mesa. Sou RioGrandino e como diz o Sérgio Oliveira “a terra que tem o maior número de jogadores de botão por metro quadrado”. Terra de grandes craques no esporte e com vários campeões diferentes. Embora esteja distante deles atualmente (mas eu chego lá – hehehe!), tive o meu momento quando fui campeão Estadual Junior em Guaíba e me orgulho de ser um botonista de Rio Grande e da RioGrandina. O Alex Degani diz que a RioGrandina é o Barcelona do futebol de mesa e ele mais toda a turma de amigos são o Messi, Xavi, Iniesta, etc... Os resultados mostram que jogam muito e “jogo junto com eles” também em cada campeonato, torcendo e vibrando com cada vitória. Todas sabem que a Riograndina está no meu coração e que tenho grandes amigos lá.  E sempre falo brincando que esteve por lá também, do Barcelona, o Romário, o Ronaldo, o Deco, o Rivaldo, etc.. representados pelo Márcio Machado, pelo Parada, pelo Paco, pelo Silvinho, por mim, e outros. O Silvinho é o único dessas duas gerações diferentes que ainda joga, mas alguns já estão voltando a jogar como o Márcio Machado. E é muito legal ver essa turma toda junta. Isso é o futebol de mesa: uma união entre amigos. Na última vez que fui a Rio Grande fomos até às quatro horas da manhã, tomando cerveja, comendo churrasco e é claro jogando botão. É muito bom!

O INÍCO

Mas indo diretamente a minha história, ela começou de forma semelhante à de muitos que relataram no álbum do GotheGol . Times de panelinhas, jogos no piso de casa, depois no famoso Estrelão. Meus primeiros botões foram os ditos “puxadores”. Comprávamos numa casa de esportes (ChicoSport) e eram os botões Amaurí.  Eram times coloridos e montávamos conforme a nossa escolha. Meus primeiros jogos no Estrelão foram com amigos como o Cristian Costa (o colunista famoso do GotheGol mesmo). Tínhamos em torno de 11 anos de idade. Éramos vizinhos e jogávamos em casa e, muitas vezes, quando a quantidade da gurizada era maior, no próprio corredor do prédio em que morávamos. Foi lá Pedrinho (falo com o da Academia) que conheci a Karen. E é verdade, o Cristian “pipocou”. Me lembro dela e do fato relatado por ele. Era uma gata mesmo. Se eu conseguir o telefone dela te passo. Sei que queres conhecê-la (hehehe!). Depois começamos a jogar na casa de um amigo chamado Michel (o Cristian vai lembrar) com uma mesa de compensado, as traves com rede (sensacional). Tudo feito pelo padrasto dele e que paciência tinha a mãe dele. Tinha dias que eram quase uns dez jogando. Ela teve que começar a fazer seleção de quem ia jogar. O mais legal era a ansiedade que tínhamos depois de chegar da escola, fazer os temas e ir jogar botão. Quem não passou por isso? Era uma expectativa o horário dos jogos. Era legal também o momento das negociações dos botões, as famosas trocas. Tinham botões que valiam por cinco, seis.... Eu admirava muito um time do Flamengo desse padrasto do Michel (não é o da RioGrandina). Ele tinha me dito que foi montando negociando botão por botão. Todos tinham as cores do Flamengo, mas com camadas e tamanhos diferentes. Pensei para mim, vou fazer um “igual” do Inter. Depois de mais ou menos um ano e várias negociações estava com meu time do Inter que eu mais joguei de puxadores. Algo que me marcou muito também foi um time da França que eu tive e me lembro da escalação até hoje. Era a seleção de 1986 (Bats, Amoros, Tigana, Batiston, Bossis, Platini, Rocheteau, Papin, Giresse). Escrevendo agora, chego a me emocionar lembrando daquela época.  Depois veio a época da RioGrandina.

A ÉPOCA DA RIOGRANDINA

Comecei a jogar na RioGrandina  porque o Silvinho me levou. Tinha uns 12 anos de idade. Eu e o Silvio andávamos a cavalo na praia do Cassino e ele me comentou que jogava botão numa associação. Primeiro fui jogar na casa dele na praia do Cassino e depois fui para a RioGrandina. Cheguei quando a associação estava mudando de local e inclusive ajudei a pintar as paredes. Fiz muitas amizades lá, inclusive com um dos maiores amigos meus até hoje, o Márcio Machado que foi meu padrinho de casamento; Outros amigos fiz lá também: Silvinho, Parada, Cesar, Bigode, Douglas, etc... (desculpem se esqueci alguém) e levei o Cristian Costa para jogar. Acho que influenciei o Cristian, espero que de forma positiva, em algo que ele leva para vida até hoje. Incomodávamos (essa gurizada toda) também amigos como Clair, Perazzo, Ivan, Ademir, Monteiro, Sérgio, etc... Que época muito boa!. Encontrei o Clair no mês passado em Cascavel e ambos encheram os olhos com lágrimas. Fazia 22 anos que não nos víamos e começamos a lembrar daquela época. Isso é o futebol de mesa: criar respeito, admiração, simpatia e amizades que se eternizam. Primeiro joguei na série B e fiquei em vice em praticamente todos os turnos, mas no final fui campeão pelo somatório de pontos. Meus clássicos na série B eram contra o Bigode que jogava com o América Mineiro. Quando subi para a série A meu maior clássico era contra o Silvio. Conhecíamos muito o jogo um do outro,  já que sempre fazíamos muitos amistosos. Meu primeiro time foi um América de paladon feito pelo seu Britto. O Silvio tinha uma Seleção Brasileira também de paladon. Na época o seu Britto estava “ajustando o paladon” e quando o botão batia na trave ou numa cavada muito forte lascava. Seu Brito me deu então um América que era uma “pastilha de tão fino” e me acertei muito com esse time. Eu e o Silvio íamos para casa do seu Britto também testar as réguas que ele fazia. Testem essa dizia ele. Eu e o Silvio dávamos uns cem chutes a gol. Na época a régua não era tão utilizada como hoje.  Voltando aos times... O time mesmo que me deu grandes alegrias foi o que comprei do Márcio. Era a Ponte Preta. A MACACA. Os mais antigos devem lembrar dos gritos é da MACACAAAAAA! Grito esse que começou com o Perazzo que foi o primeiro dono do time, mas que somente ficou conhecido fora de Rio Grande por minha causa (hehehe!).  O Mallet (Marcelo), que joga muito, (hoje né Marcelinho hehehe!) me lembrou meses atrás, lá no círculo, que eu jogava com uma régua verde e segundo ele que eu chutava muito. Chegou a sonhar com a régua verde e a macaca certa vez (hehehe!). Esse time me deu grandes alegrias. Fui vice em 1989 e campeão em 1990 no Estadual de Juniores. No de 1989 perdi na final para o Silvio. Adivinhem como? com um gol a bater. Não me culpem, todos que já levaram gol a bater do Silvio, mas acho que tudo começou lá. Fui a primeira grande vítima. Na época somente Livramento havia ganhado os Estaduais de Juniores. O Careca era Tri-Campeão. Já havíamos jogado o Estadual de Juniores em 1988 na cidade de Alegrete (dormimos num alojamento militar – um frio danado – me lembro até hoje) e ficamos impressionados como o Careca jogava com aquela fichinha. O Clair nos lançou um desafio para no próximo ano de chegarmos em condições de sermos campeões.  As disputas eram muito grandes. Para jogar o Estadual de Juniores tinha eliminatória interna. Eu e o Silvio ficamos treinando até as três da manhã para conhecer as mesas de Livramento e “tíramos o título deles” em 1989. Falando em Silvio, somente joguei futebol de mesa na RioGrandina por causa dele. Valeu Silvinho! És um grande amigo da infância e do presente e fico muito feliz quando vejo as nossas esposas, mais a do Alex serem amigas. E vocês sabem que a minha casa é de vocês também e fico muito feliz quando todos da RioGrandina estão lá confraternizando. Bem, voltando ao Estadual de Juniores...  Em 1990, me lembro como se fosse hoje. Foram na minha casa o Perazzo e o Sérgio Oliveira e disseram: Alam tens idade para jogar... Vai lá... Joga o Estadual de novo. Estavam com a camisa da RioGrandina e as passagens compradas. Aqui quero agradecer essas duas pessoas. Também quando encontrei o Sérgio no meu retorno ao futebol de mesa, no ano passado, vi a emoção dele ao nos encontrarmos novamente. A minha emoção também foi grande e me lembrei de imediato dessa situação do campeonato. Sempre te admirei muito Sérgio e para mim és o grande exemplo no futebol de mesa.  Já te falei pessoalmente que esse título que eu tive só aconteceu por causa tua também. Valeu! Seguindo a história, fui até Guaíba e fui Campeão. Fiz um campeonato impecável. Quando cheguei lá vi a turma do Rio Grande (na época tinha uma rivalidade grande). Eram uns seis ou sete que o De Boer tinha levado. Estavam Chambinho (valeu meu véio pelo boné do Real de presente, lembraste de mim – Obs: não deixa mais o Duda te enrolar em troca de botões) Juarez, Diogo e outros. E todos falavam: Alam tem um tal de Cristian Baptista que vai fazer frente contigo. Realmente fomos para a final os dois e o jogo foi duro. Ganhei nos Penaltis, mas acho que mereci o título pela campanha como um todo. Poucos meses atrás falei brincando para o Cristian quando o encontrei no Estadual de Equipes: foi só eu parar e tu ganhastes tudo - já sei ... ficastes com o meu futebol – hehehehe!).

O RETORNO

Vou contar agora do meu retorno 22 anos depois. Minha última partida tinha sido em 1990.... quando de repente encontrei em junho de 2011: Duda, Alex, João, Michel e Alessandro. Estavam na loja de conveniência de um posto aqui em POA. Me falaram que estavam vindo jogar botão.... Eu fui direto para o local do campeonato assistir e fiquei muito feliz vendo a RioGrandina campeã por equipes (me emocionei na entrega de troféus – me relembrou a infância). Passei também o final de semana todo revendo amigos da época de infância (Sérgio, Careca, Cristian, Leandrinho, Robson, Chambinho,  etc). O Careca então me convidou para jogar na Franzen. O Careca também é um grande amigo (perdemos muito com a sua saída da Franzen – Ele é um grande líder). Juntamente com o Leão, Caju e Robin são pessoas que me aproximei muito na Franzen e que tenho grande amizade. Também as nossas esposas fizeram amizade e é muito legal viajar junto com vocês como quando fomos para Recife. O Caju foi o cara que mais joguei amistosos no meu retorno. E eu estava apavorado. Não estou jogando nada. Não consigo chutar a gol. Depois entendi (hehehe!).  Valeu Caju pelos treinos. O Leão é um grande parceiro também de amistosos. Antes dos campeonatos fora nos reunimos para jogar e devo muito do meu crescimento no futebol de mesa nesse ano aos amistosos com ele. Valeu! És um grande parceiro! Vamos esperar o Careca ligar quando vir a Porto Alegre e tomar cerveja às custas dele. Jogando liso é claro. Te esperamos filhote! Estou com uma mesa lá em casa! Mas não vem me fazer gol como aquele em Cascavel (hehehe!).

Hoje jogo um time do Real Madrid. O Maciel me chama de Alam Madrid (valeu Maciel por ter lixado os botões – espero que venha com o teu jogo também – hehehe!). Finalizando, gostaria de dizer que precisava disso na minha vida de novo, sentir aquela adrenalina da infância e conviver com pessoas como as que cito nessa minha história. E devo isso a RioGrandina e principalmente ao Duda (amigo de colégio – me reconheceu nessa loja do posto aqui em Poa e me colocou “pilha” para ir assistir o campeonato). Duda....estou indo a Rio Grande para te libertar meu véio. Não esquece: Somos fortes porque somos unidos!

Encontrar o Duda, Michel, João, Alex, Silvio, Ronir, Eduardo (Buzina) em cada campeonato fora é muito bom! Fazer churrascos na minha casa e também chegar em Rio Grande e ver o Ademir, Perazzo, Mário, e outros é muito legal.  Conviver semanalmente com pessoas como Leão, Caju, Robin, Mano e a turma da velha guarda como diz o Caju (são muitos e não vou citar nomes para não esquecer de ninguém) torna o meu dia-a-dia melhor. Ver o Jarnis e o Márcio voltando a jogar como eu depois de anos é empolgante! Decepções existem em qualquer meio social, mas como muitos me dizem, elas sempre serão menores que a vontade de convívio entre amigos.

O FUTEBOL DE MESA NA MINHA VIDA

Para finalizar quero deixar a síntese do que é o futebol de mesa para mim referenciando o nome de seis pessoas, duas da Franzen, duas da RioGrandina e duas de outras associações. Cada uma delas da “velha e jovem” guarda do futebol de mesa. Não vou precisar falar de cada um, pois quem conhece sabe o que estou dizendo pelas pessoas que são e pelo que pude perceber, mesmo com pouco tempo de convívio, pelas atitudes, educação e postura fora e dentro da mesa. São elas: Mauro e Robin da Franzen, João e Mário da RioGrandina, Sérgio da Afumepa e Vinhas da Academia. Essas pessoas, embora existam muitas outras que poderia citar, resumem o que deve ser o futebol de mesa no meu ponto de vista. Acima de tudo respeito e educação, com a conquista de amizades e portas abertas para comer um churrasco, tomar uma cerveja e “bater uma bolinha” em qualquer associação.

Valeu pessoal !

Imagem Cortesia by Alam Casartelli

ALDYR ROSENTHAL - Publicado em 04 de outubro de 2012




















Sou filho de um casal que se conheceu em um jogo de futebol, no campo do Pelotas. Meu pai é um apaixonado por futebol desde pequeno, lá em Jaguarão, quando ficava ouvindo os jogos do campeonato carioca pelas precárias ondas curtas do rádio. Minha mãe é capaz, até hoje, de acompanhar com o maior interesse a sofisticada transmissão em HD de um Galatasaray x Arsenal e, depois, me telefonar para comentar a respeito.

Tendo sido criado num ambiente em que o futebol sempre teve muito significado, natural que eu me tornasse um fanático pelo esporte. Para gente assim, o gosto pelo mundo da bola é meio caminho andado para a paixão pelo futebol de mesa (que, em princípio, é o futebol redimensionado).

Foi lá no final dos anos 60, que eu ganhei meus primeiros times de botão. Tenho ainda guardadas essas panelinhas, é claro. O Palmeiras do Baldochi, o Inter do Scala, o Flamengo do Onça, o Corinthians do Osvaldo Cunha, o Cruzeiro do Procópio e, obviamente, o Santos do Pelé (que, não sei por que, é amarelo). A eles logo adicionei uns botões de casacão conseguidos em Jaguarão com minha tia-avó (que era viúva de um alfaiate), tampinhas variadas e uns frankensteins, feitos de plástico derretido em medidas de Leite Ninho. Agreguei, em seguida, os primeiros puxadores de osso (dizia-se que feitos na Vila Scharlau), doados por um primo mais velho e por um ex-aluno do meu pai.

A vida era simples: enquanto meu irmão brincava com suas dezenas de miniaturas de cowboys e índios, reproduzindo diálogos cinematográficos e violentos tiroteios, eu, noutro canto, levava avante renhidos jogos de intermináveis campeonatos envolvendo meus quadros e meus craques. Às vezes me aventurava em disputas nas casas da gurizada da vizinhança, nas quais a regra e a bolinha variavam de acordo com a vontade do “mandante”. Já meus jogos com o pai eram realizados na escrivaninha do escritório lá de casa, contando com goleiras que vieram do Rio de Janeiro, com traves de madeira e redes de filó (muito superiores às de plástico que acompanhavam os times panelinhas). Um luxo!

Meu time, quando criança, era o Cruzeiro de Minas, provavelmente em função do pai “ser” o Cruzeiro de Porto Alegre. Acho, também, que minha simpatia pelo time mineiro se devia ao fato de que, na época, contava com um ataque mortal, no qual alinhavam Natal, Tostão, Evaldo, Dirceu Lopes e Hilton Chaves, figurinhas que se tornaram familiares para mim através de uma nova revista que estava nas bancas e eu passara a colecionar: a Placar. Ah, e pelos cromos do álbum Ídolos do Robertão.

Se, inicialmente, qualquer superfície mais ou menos plana (até mesmo o parquet do apartamento dos meus avós) servia de palco para meus embates, o primeiro “salto de qualidade” no meu jogo aconteceu quando, como presente de aniversário, ganhei uma mesa de eucatex. Para os padrões de então ela era enorme, cercada por moldura que impedia que os jogadores caíssem toda hora ao chão. Com o maior capricho, o pai fez a marcação das linhas do campo de jogo.

No início dos anos 70 os professores do Colégio Pelotense passaram a realizar, lá mesmo, um campeonato com rodadas a cada sábado, numa regra parecida com a Gaúcha. O pai, que era professor da escola, participou desses certames de coloridos puxadores. Eu ficava só “babando” na volta das duas mesas que havia, dando palpites e, claro, torcendo. O organizador desses campeonatos era o professor Calderipe, que jogava tão bem, mas tão bem, que tornava as disputas sem graça. Além disso, ele tinha caixas e mais caixas com botões (a maioria de osso) que eu enxergava como o maior dos tesouros. Passado esse tempo todo, ainda considero o Calderipe um dos maiores jogadores que já enfrentei ou vi jogar.

Em 1973, tal campeonato foi transferido do prédio do Pelotense para a própria casa do Calderipe. Com a possibilidade de inclusão de novos jogadores, não ligados à escola, fui (até que enfim) incluído no certame, assim como um outro cara, corintiano, que usava um bigodão e que tinha um time engraçado, grandão, todo preto (feito de Paladon)... liso embaixo. Era o José Bernardo Figueira. O Figueira contou para os novos parceiros, embasbacados, que tinha disputado um certo “Campeonato Estadual” em Canguçu, numa tal de “Regra Baiana”.

Não esqueço que, lá no Calderipe, meu Cruzeirinho de puxadores mesclados venceu o Corinthians do Figueira por 3x1. Na época eu pensei: “foi o jogo da minha vida!”.

Em 1975, o trio Schlee, Calderipe e Figueira inscreveu-se para a disputa (pelo CMD de Pelotas) do Campeonato Estadual que se realizaria em Jaguarão. Para tanto o pai adquiriu na Casa da Borracha um time azul e branco e outro todo preto, lisos, cada um com dez jogadores, um goleiro e uma ficha. Consta que eram de baquelite e confeccionados por Seu Aurélio, mestre baiano da arte de fazer botões. A preparação foi penosa, pois, evidentemente, botões lisos não deslizam a contento em mesa de eucatex! Tudo era muito difícil, desde assimilar-se a regra até mesmo conseguir a bolinha com a qual seria jogado o campeonato (um botãozinho, com dois furos e lados assimétricos, usado em cuecas samba-canção).

Para nós, o Estadual de Jaguarão foi um divisor de águas: ficou para trás o jogo de botão (com sua infantil precariedade), iniciando-se a fase definitiva do futebol de mesa. Foi bem por aí que passei a jogar com meu clube de coração, o Grêmio Esportivo Brasil.

A natural necessidade de organização – seguindo tendência que já se sentia em termos estadual e nacional – culminou em 31 de maio de 1975 com a fundação da Associação Pelotense de Futebol de Mesa. Como entre os dez sócios fundadores havia alguns funcionários do Banco do Brasil, nossa primeira “casa” foi um salão junto ao ginásio da AABB. No mesmo ano, no dia seguinte ao meu 15º aniversário, batendo o Figueira por 2x1 sagrei-me Campeão Pelotense (título que repetiria em 77, 78, 79, 80 e, depois, só em 1991).




















No ano seguinte, em 76, aconteceu meu batismo em certames de maior importância. Como “campeão pelotense” fui inscrito no Campeonato Brasileiro que a Liga Jaguarense sediaria. Impressionante como Jaguarão vivia o futebol de mesa. Era uma febre. Todos tinham times e a Liga vivia lotada de jogadores. Para aquele campeonato vieram ao sul vários consagrados jogadores nordestinos, como os baianos Jomar Moura, Oldemar Seixas, Roberto Dartanhã, Hosaná Sanches e Giovani Moscowitz e os sergipanos Átila Lisa, Antônio Oliveira e Jaiminho. Que orgulho experimentei, na cerimônia de abertura, ao ter meu nome sido apresentado junto aos deles! Depois, com a bola em jogo, sem que os adversários me dessem muita atenção, fui passando de fase e, surpreendentemente, cheguei à semifinal. Lamentavelmente deparei-me com um mito: Hosaná e seu América (que havia goleado os adversários anteriores). Não deu outra: 5x1 para o negão! Depois, na decisão do terceiro lugar, mais que satisfeito, voltei a ser derrotado, pelo Luis Felipe Figueira (que jogava por Canguçu), 3x2, de virada. Nada mal para um debut!


















Dizem as más línguas que naquela época ninguém jogava nada. Pura Maldade! Poucos são as testemunhas da qualidade técnica do pessoal de então, que enfrentava “campos embarrados” com botões lisos. Ah, e era praticamente só nós, da novata APFM (e o pessoal de Caxias), que nos atrevíamos a medir forças com os excelentes jogadores de Jaguarão e, logo, de Livramento, que sempre usaram times cavados. De lembrar que os jaguarenses e santanenses, especialmente, eram habilidosíssimos, dominando completamente a arte de fechar jogadas, de “fazer porco”. Ademais, a regra não previa, ainda, limite de jogadas fechadas entre botões! Experimente, caro leitor, jogar de lisos contra cavados! Experimente, amigo, jogar de lisos contra cavados e sem limite para abertura do “chiqueirinho”!

Quando se pega o gosto pela coisa, especialmente a partir de algum resultado expressivo, não tem mais jeito. Quer-se mais, viajar, jogar, conhecer gente, outros estilos, negociar times... Foi o que aconteceu comigo. Passei a ser assíduo participante, quase que ininterruptamente, por duas décadas, dos campeonatos oficiais dentro e fora do Rio Grande do Sul (grande parte dessas vezes acompanhado pelo Figueira, meu mentor técnico e conselheiro). Numa dessas, ambos, mais meu irmão, o Pierobom (monstro do jogo de lisos) e Renato Larrossa, viajamos um dia inteiro, em fusca locado, desde Ilhéus até Itapetinga, no interior da Bahia, para disputar um Brasileiro que, inusitadamente, não acabou. No caminho, sob sol abrasante, o carburador do “beatle” entupiu! E a gente, na beira da estrada, em pleno sertão, ainda achava engraçado!

























A lógica diz que quanto mais se tentar, mais chances de se conseguir alguma coisa. Como recompensa, de tanto jogar, em que pese frustrado na maioria, logrei vencer individualmente (quando não havia separação em “modalidades” ou “categorias”) três dos quatro torneios que, entendo, constituem o Grand Slam do futebol de mesa. Ganhei o Brasileiro de 1986 (realizado na minha cidade), o Estadual de 1993 (em Santa Vitória do Palmar) e a Taça RS de 1982 (em Porto Alegre). Nesses mesmos certames finalizei os Brasileiros de 1976 (em Jaguarão) e de 1987 (no Rio de Janeiro) em 4º lugar; os Estaduais de 1996 (em Livramento) em 3º e o de 1989 (em Rio Grande) em 4º; e a Taça RS de 1999 (em Pelotas/Academia) em 2º lugar. Somente não consegui o título do Centro-Sul Brasileiro (ou Sul Brasileiro apenas), mas cheguei próximo, com uma 2ª colocação (em Rio Grande) e uma 3ª posição em 1982 (no Rio de Janeiro). 



















Antes de ser rebatizada, a Taça RS era denominada “Torneio dos Campeões” (reunindo o campeão e o vice de cada uma das entidades que integravam a União de Ligas, precursora da FGFM). Uma das suas primeiras versões aconteceu em 1982, na então sede da Afumepa, em um conjunto de salas comerciais em plena Av.Independência. Na final, de time liso, enfrentava o Claudio Luis Schemes (outro dos maiores jogadores que conheci). O Claudinho tinha sido o único adversário para quem eu perdera na fase classificatória e estava me dando um novo banho de bola. Ele colocava a bola onde queria e o meu time não parava em campo. Fez logo 2x0 e eu já estava torcendo para que tudo acabasse logo quando, de repente, em um lance pela ponta-esquerda, ele chutou a gol para fazer o terceiro. Surpresa: a bola deu no peito do meu arqueiro Castañeda e caiu no pé do meia Alceu (15°, é bom que se diga!). Gol e 1x2 no placar. O jogo seguiu e logo surgiu nova chance para o adversário. De novo meu goleiro defendeu e lançou para o Alceu. Gol! 2x2. Como segurar o cara? Busquei na caixa o único botão cavado que fazia parte do meu elenco: o nº 13, Paulo Ferro (4 mm de altura e um baita senso de posicionamento em campo!). Final de jogo. Eu radiante, o Claudio desolado. Fomos para os pênaltis e o crime se consolidou. Xavante campeão!

No Brasileiro de 1996 joguei “em casa”. Como já tinha acontecido em 1980, a APFM foi a anfitriã. Com uma campanha muito boa e “correndo por fora”, cheguei às três últimas partidas, incluindo a final (contra o parceiro Roberto Larrossa) jogando pelo empate. Lembro-me que, antes do jogo das quartas, o Claudinho me alertou: “se tu não tomares mais gol daqui para frente, vais ganhar o campeonato”. Interessante que comecei as primeiras partidas jogando com três cavados e sete lisos. Conforme fui passando de fases, sentia a necessidade de aumentar minha capacidade defensiva, o que ficaria mais fácil com a inclusão de outros defensores cavados no meu time. Mas eu não tinha mais botões cavados além daqueles três que vinham atuando. Além disso, na manhã do domingo jogaria contra o carioca Antônio Carlos Martins (outra mito do nosso jogo), precisando com ele empatar (em oportunidade anterior, em 79, no Gigantinho, havia tomado 5x0 do “Tuninho”). Não tive dúvida: durante a madrugada transformei uns pedaços de acrílico branco em dois laterais cavados (Casca e Fernandinho), “torneados” em cima do joelho com um caco de vidro. Deu certo! A defesa se consolidou e ainda venci por 1x0 (gol do Paulo Ferro, meu centromédio baixinho e cavado).






















A ida ao Estadual de Santa Vitória, em 1993 foi uma festa, quase um convescote. Fomos em três carros e a Fernanda, com quem casaria em dezembro daquele ano, me acompanhou. Ela sempre me deu sorte! Não poderia ser diferente, acabei – com base na sólida defesa (que foi vazada somente uma vez, a bater), ganhando o título. Mais importante foi que nas quartas, na semifinal e na final, chutando de ficha, ganhei nos pênaltis do Guido, do Robson e do Betão. Prova de que milagres acontecem e de meu goleiro Mauro Caetano estava muito inspirado! Inesquecível a vibração do irmãozinho, Everson, que era o presidente da APFM na ocasião (e que, poucos anos depois, para nossa tristeza, acabou morrendo no intervalo de um jogo, na nossa sede).
























Nesses últimos 37 anos somente deixei de jogar “oficialmente” na segunda metade da década passada. Chequei a pensar numa aposentadoria definitiva, mas, aos pouquinhos, retomei o gosto que perdera temporariamente. Nada, hoje, é sacrifício, comparado ao que fazia em 85/86, quando trabalhava em Panambi, a 480 km de Pelotas e, todo sábado estava na APFM para os jogos do Campeonato Pelotense. Ou à fome de bola que repartia com o amigaço Sérgio Oliveira, ambos “longe de casa”, trabalhando em Arroio Grande e utilizando a hora do almoço para amistosos no apartamento em que ele morava.

O futebol de mesa volta a ser jogo de botão, vale a pena mesmo, quando se desfruta de uma parceria legal. Quando se joga com gente que se confunde com aqueles primeiros amigos, lá na infância, com quem se disputava partidas no chão mesmo, com quem se trocava e destrocava uma parelha de zagueiros de três camadas. Com quem se ri sempre, mesmo que as hilárias histórias sejam aquelas repetidas mil vezes.

Afora isso, não tem nada melhor do que chegar na casa do meu pai, no domingo, e ser recebido por ele com a mesma pergunta: “trouxeste teu time?”

Imagens
  
Fotos cortesia by Aldyr Rosenthal Schlee